O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, revogando isenções concedidas anteriormente. A medida entra em vigor em março e pode impactar diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para o mercado norte-americano.
Estratégia de pressão ou protecionismo?
O governo brasileiro considera a medida uma estratégia de pressão para obter vantagens em futuras negociações comerciais. Especialistas também acreditam que a decisão faz parte de uma abordagem protecionista de Trump. “Essa política isolacionista contradiz acordos bilaterais e prejudica a indústria global”, afirma Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM.
Impacto econômico e riscos para o Brasil
O Brasil exporta mensalmente 312.293 toneladas de aço para os EUA, representando 3,4 milhões de toneladas ao ano. Apesar do volume expressivo, os EUA ainda mantêm uma balança comercial favorável, pois exportam bens de alto valor agregado para o Brasil.
O governo brasileiro precisa agir estrategicamente para minimizar prejuízos. A Apex Brasil e a Agência Brasileira de Cooperação devem explorar novos mercados, como China e Índia. “Precisamos mapear alternativas para diversificar as exportações e evitar uma dependência excessiva dos EUA”, ressalta Uebel.
Trump e sua política de tarifas
Essa não é a primeira vez que Trump adota essa estratégia. Em 2018, o governo americano impôs tarifas similares, que chegaram a 145% para o alumínio brasileiro. Na época, alguns países, como Canadá e México, conseguiram isenções temporárias.
Trump justifica as tarifas alegando que os EUA estão em desvantagem comercial. O protecionismo tem o objetivo de incentivar a produção industrial interna e reduzir a dependência de importações. No entanto, especialistas apontam que essa estratégia pode fragmentar a ordem econômica global e afetar a competitividade americana a longo prazo.
Possíveis reflexos na economia dos EUA
As tarifas podem elevar custos para a indústria norte-americana, impactando setores que dependem de insumos importados. Empresas podem repassar os custos para os consumidores, aumentando o risco de inflação no país. “Grandes empresas, como Nike e Adidas, dificilmente trarão suas produções para os EUA devido a custos elevados”, explica Uebel.
Além disso, Trump tem usado questões geopolíticas como ferramenta econômica. A recente pressão sobre a Colômbia, vinculando a deportação de imigrantes ao preço do café, é um exemplo da interseção entre política e economia no governo Trump.
Fonte:
economia.uol.com.br
moneytimes.com.br
g1.globo.com