O Ibovespa, principal índice da B3, opera próximo da estabilidade, registrando leve alta de 0,2% aos 127,4 mil pontos nesta sexta-feira (31). Enquanto isso, o dólar caiu pelo décimo dia consecutivo e encerrou o mês cotado a R$ 5,83, acumulando queda de 5,54% em janeiro — o maior recuo mensal desde junho de 2023.
Os investidores reagem aos dados econômicos nacionais e internacionais. No Brasil, a taxa de desemprego caiu para 6,2% no quarto trimestre de 2024, atingindo 6,6% no acumulado do ano — o menor nível desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. O setor público também apresentou melhora nas contas, registrando um déficit primário de R$ 47,5 bilhões em 2024, abaixo da projeção de R$ 48,8 bilhões e bem inferior ao rombo de R$ 249 bilhões de 2023.
Nos Estados Unidos, o cenário econômico gera atenção. O índice de Preços para Gastos com Consumo (PCE), principal indicador de inflação utilizado pelo Federal Reserve, subiu 0,3% em dezembro e fechou o ano com alta de 2,6%. O Fed manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, reforçando um tom mais cauteloso sobre cortes futuros. Além disso, o presidente Donald Trump confirmou tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá a partir de fevereiro, com a possibilidade de ampliar para 100% caso países dos BRICS substituam o dólar em transações comerciais.
No mercado de capitais, a B3 registrou volatilidade. O Ibovespa caiu 0,61% e fechou em 126.135 pontos, após ter registrado alta de 2,82% na véspera. No acumulado do mês, o índice avançou 5,51%, impulsionado por dados positivos do mercado de trabalho e pelas expectativas em relação à política monetária brasileira. A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 13,25% ao ano também impacta as projeções dos investidores.
No campo político, as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre contas públicas, preços dos combustíveis e possíveis tarifas dos EUA seguem repercutindo. Lula garantiu compromisso com o equilíbrio fiscal, negando novas medidas de aumento de gastos. Ele também afirmou que, caso Trump implemente sanções contra o Brasil, haverá reciprocidade.
Fontes:
g1.globo.com
veja.abril.com.br