Com o prazo do 1º de agosto se aproximando, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para avaliar os impactos econômicos da possível sobretaxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, uma medida anunciada pelo ex-presidente Donald Trump. A primeira reunião do grupo ocorrerá ainda nesta semana, com foco em entender os reflexos dessa medida sobre a economia do estado.
Siderurgia e Petróleo: Setores Mais Afetados
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, destacou que a sobretaxação, caso seja implementada, pode comprometer a competitividade do aço produzido no Rio de Janeiro. “A tarifa de 50% tornaria inviável a exportação do aço fluminense, impactando diretamente grandes siderúrgicas do estado e resultando em uma drástica redução ou até paralisação das exportações”, alertou Curdi.
Em 2022, o Rio de Janeiro exportou cerca de R$ 7,4 bilhões em produtos para os Estados Unidos, sendo que dois dos principais itens exportados são o petróleo refinado e os produtos manufaturados de ferro e aço. O estado é responsável por 71% da produção nacional de petróleo, consolidando-se como o principal exportador do setor no Brasil.
Impactos Diretos na Indústria Fluminense
O Rio de Janeiro, sendo um dos maiores polos industriais do país, tem um papel crucial nas exportações de produtos manufaturados, especialmente aço. A secretaria destacou que a tarifa de 50% proposta afetaria diretamente a competitividade dessas exportações no mercado norte-americano, onde o estado tem grande representatividade no comércio de produtos siderúrgicos.
Fernanda Curdi destacou que, devido à grande relevância do setor siderúrgico fluminense, as siderúrgicas do estado são responsáveis por uma significativa parcela das exportações de aço para os Estados Unidos. “O impacto de uma tarifa tão alta será imediato e devastador para o setor”, disse, enfatizando que a medida teria consequências econômicas graves para o estado.
Ação do Governo do Rio: Monitoramento e Estudo dos Impactos
Com o cenário de incerteza, a secretária anunciou que um estudo detalhado será elaborado para mapear os impactos econômicos que a sobretaxação poderá trazer para a economia fluminense, levando em conta setores chave como a indústria do aço, petróleo e gás. Além disso, o Governo do Rio trabalhará junto com outros entes federativos para buscar alternativas e mitigar os efeitos da medida.
O grupo de trabalho será presidido pela Secretaria da Casa Civil e contará com membros de diversas secretarias, incluindo Planejamento e Gestão, Fazenda, Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, além de Energia e Economia do Mar.
Conclusão: Tensão no Cenário Econômico
A medida tarifária anunciada pelos Estados Unidos e que pode entrar em vigor no próximo mês representa um risco significativo para a economia fluminense. O Governo do Estado, por meio do novo Grupo de Trabalho, busca encontrar soluções para minimizar os danos, monitorando de perto as mudanças no comércio exterior e as consequências para os setores mais afetados.