ALERJ - Transforma sua vida

EUA e Rússia negociam fim da Guerra da Ucrânia sem Kiev na mesa

Washington e Moscou retomam o diálogo, mas exclusão da Ucrânia gera críticas na Europa.

As primeiras negociações diretas entre Estados Unidos e Rússia para discutir o fim da Guerra da Ucrânia começaram nesta terça-feira (18) na Arábia Saudita, sem representantes de Kiev. O encontro ocorre dias após um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, que acordaram iniciar “imediatamente” as tratativas para encerrar o conflito. A ausência da Ucrânia e de países europeus gerou forte rejeição por parte do presidente Volodymyr Zelensky e de líderes do continente, que consideram as discussões inválidas sem a participação de Kiev.

Negociações sob ataque

Enquanto as conversas aconteciam em Riad, a Ucrânia sofreu um dos maiores ataques aéreos desde o início da guerra. A Rússia lançou 176 drones contra o território ucraniano, dos quais 103 foram abatidos pela defesa antiaérea. Diversas regiões registraram danos e vítimas. Paralelamente, forças russas conquistaram mais uma localidade na região de Donetsk.

O Kremlin manteve sua postura firme e reafirmou que não se opõe à entrada da Ucrânia na União Europeia, desde que o país não ingresse na Otan. “A integração econômica da Ucrânia não nos preocupa. Mas alianças militares são um problema completamente diferente”, disse Dmitri Peskov, porta-voz de Putin. Ele ignorou o artigo 42.7 do Tratado da União Europeia, que prevê assistência militar mútua em caso de ataque externo.

Os protagonistas da reunião

A delegação russa é liderada pelo chanceler Sergei Lavrov e pelo assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov. O chefe do fundo soberano russo, Kirill Dmitriev, também participa das negociações. Ele é conhecido por ter promovido a vacina Sputnik V e por seu histórico como negociador.

Do lado americano, Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, comanda a equipe. Ele está acompanhado de Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Oriente Médio, e Mike Waltz, assessor de segurança nacional. O encontro acontece no Palácio Diriyah e é mediado pelo chanceler saudita, Faisal bin Farhan al-Saud, e seu assessor de segurança, Mosaad bin Mohammad al-Aiban.

Impactos globais

A decisão dos EUA de dialogar diretamente com a Rússia marca uma mudança estratégica na política externa americana. Desde a invasão russa em 2022, Washington buscava isolar Moscou diplomática e economicamente. Agora, o foco está em uma resolução negociada. Paralelamente, a Europa reage com preocupação. Líderes europeus reforçaram a necessidade de rearmamento e autonomia em defesa, diante da possibilidade de um acordo sem seu envolvimento.

Além da Ucrânia, a reunião pode abordar temas mais amplos, como o programa nuclear do Irã. Em janeiro, Moscou e Teerã assinaram um acordo para aprofundar laços econômicos e militares, e Putin pode usar essa relação como moeda de troca nas negociações.

Zelensky rejeita acordo sem Kiev

O presidente ucraniano já deixou claro que não aceitará qualquer acordo feito sem a sua participação. Ele criticou a decisão dos EUA e alertou que um cessar-fogo sem a Ucrânia poderá ser inaceitável. Zelensky tem viagem programada para a Arábia Saudita na quarta-feira (19), mas sua presença nas negociações é incerta.

As tratativas em Riad sinalizam uma nova fase no conflito. Se resultarão em um acordo real ou em um impasse diplomático, ainda é uma incógnita.

Fontes:
cnnbrasil.com.br
1.folha.uol.com.br
terra.com.br
g1.globo.com

Deixe um comentário

Você também pode gostar

Alerj aprova uso legal de spray de defesa pessoal para mulheres no Rio

Projeto de lei garante comercialização segura de spray de extratos vegetais como instrumento de legítima defesa para mulheres no Estado do Rio de Janeiro.

Alerj homenageia policiais mortos na megaoperação no Complexo do Alemão

Assembleia realiza minuto de silêncio e propõe Medalha Tiradentes post mortem após ação que mobilizou 2,5 mil agentes e deixou 64 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.

Agora é Lei: Programa estadual de cuidados paliativos é ampliado no Rio de Janeiro

Lei 11.009/25 inclui assistência espiritual, amplia cobertura para doenças crônicas e fortalece a formação profissional no atendimento humanizado da saúde pública.