Na sessão plenária desta quarta‑feira (29/10), a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou um minuto de silêncio em homenagem aos quatro policiais mortos durante a Operação Contenção, deflagrada na terça‑feira (28/10) nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Os parlamentares anunciaram a apresentação de projeto para conceder a esses agentes a Medalha Tiradentes post mortem, maior honraria concedida pela Casa, em reconhecimento ao sacrifício no cumprimento do dever.
Polícia vitimada e homenagem
Foram identificados os policiais mortos: Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho (51), conhecido como “Máskara”, e Rodrigo Velloso Cabral (34), da Polícia Civil; e Cleiton Serafim Gonçalves (40) e Heber Carvalho da Fonseca (39), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.
O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), lamentou o ocorrido e expressou solidariedade às famílias dos agentes e dos civis atingidos durante a operação.
Repercussão política da operação
O autor da proposta da medalha, o deputado Marcelo Dino (União), destacou que “quatro homens saíram de suas casas, deixando quem tanto os ama, para proteger nossa sociedade”. Já a deputada Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos, afirmou que a ação expõe a presença do crime organizado onde o Estado é ausente e defendeu que toda vida seja respeitada.
O líder do governo na Alerj, Rodrigo Amorim (União), elogiou a operação, obstante demonstrou preocupação com os moradores das regiões envolvidas. O deputado Luiz Paulo (PSD) cobrou integração entre Estado, municípios e União, lembrando que facções como a Comando Vermelho atuam em âmbito nacional.
Detalhes da Operação Contenção
A megaoperação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, cumpriu cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão, nos complexos do Alemão e da Penha.
Até o momento, foram contabilizadas pelo menos 64 mortes — entre elas quatro policiais — e 81 prisões. A ação foi considerada a mais letal da história do estado.
O foco foi conter a expansão territorial da facção Comando Vermelho e apreender armamento pesado, num contexto descrito como “cenário de guerra” por especialistas e moradores.
Reação institucional e direitos humanos
A Comissão de Direitos Humanos da Alerj enviou ofícios ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e às polícias cobrando explicações detalhadas sobre os confrontos, para além do relatório oficial, por conta da escalada de violência e do impacto em moradores.
A deputada Dani Monteiro reforçou que “nenhuma política de segurança pode se sustentar sobre esse banho de sangue”.
Fontes:alerj.rj.gov.br