O governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou atrás e decidiu isentar smartphones, laptops e diversos componentes eletrônicos das tarifas de importação anunciadas anteriormente. A medida foi publicada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA na última sexta-feira (11), e já está em vigor para produtos que entram no país ou são retirados de armazéns desde o dia 5 de abril.
Com a decisão, itens como iPhones, monitores, chips de memória, semicondutores e outros dispositivos ficam de fora das alíquotas de até 145% sobre produtos importados da China, principal centro de produção global de eletrônicos.
Isenção evita alta de preços e beneficia grandes empresas
Analistas do setor de tecnologia, como os da Wedbush, consideraram a medida a melhor possível para investidores. Caso mantida, a tarifa poderia ter triplicado o preço dos iPhones nos EUA, segundo estimativas. Apenas em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 41,7 bilhões em smartphones da China e mais US$ 33,1 bilhões em laptops, de acordo com dados do US Census Bureau.
A Apple, por exemplo, fabrica cerca de 80% de seus iPhones na China e o restante na Índia. Diante da ameaça das tarifas, a empresa acelerou o transporte de 1,5 milhão de aparelhos vindos da Índia, utilizando aviões cargueiros para minimizar os impactos no mercado americano.
Medida é tática de negociação, diz Casa Branca
A decisão de isentar os eletrônicos, segundo a própria Casa Branca, faz parte de uma estratégia de negociação. Trump afirmou que apenas países que não retaliassem os EUA com tarifas próprias teriam suspensão temporária, com aplicação de uma alíquota mínima de 10% até julho. A China, por sua vez, reagiu impondo 84% de tarifa sobre produtos americanos, o que levou Trump a elevar a taxa contra o país para 145%.
Ainda não está claro se haverá uma nova rodada de tarifas nos próximos meses. Especialistas alertam que, mesmo com a isenção temporária, o impacto sobre a cadeia global de suprimentos permanece significativo.
Indústria americana ainda depende de insumos asiáticos
Apesar da pressão para trazer fábricas de volta aos EUA, o próprio governo Trump reconhece que certos produtos — como semicondutores e microchips — não podem ser facilmente fabricados no país. Empresas como a TSMC (Taiwan), Samsung e SK Hynix (Coreia do Sul) lideram a produção desses componentes essenciais.
Mesmo com planos como o da TSMC para construir fábricas no Arizona, anunciados ainda no primeiro mandato de Trump, os EUA continuam fortemente dependentes da Ásia nesse setor.
Fontes:
cnnbrasil.com.br
g1.globo.com
bbc.com
 
								 
 
															 
								 
								 
								 
								 
								